Aves Marinhas de Cabo Verde
16°00’07.5″N 24°00’47.5″W
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Aves marinhas da ordem Procellariiformes – um estilo de vida curioso – Parte 1
As aves marinhas da ordem Procellariiformes são animais surpreendentes, mas quem são estas aves? A esta ordem pertencem aves emblemáticas como os albatrozes, mas também 6 das 8 espécies que nidificam em Cabo Verde: a Cagarra, o Gongon, o Pedreiro, o João-preto, o...
Onde se alimentam as aves marinhas de Cabo Verde?
Em Cabo Verde nidificam actualmente oito espécies de aves marinhas: o Alcatraz, o Rabo-de-junco, a Cagarra, o Gongon, o Pedreiro, o João-preto, o Pedreiro-azul e o Pedreirinho. Durante muito anos desconhecia-se onde se alimentavam estas espécies, principalmente...
Aves marinhas de Cabo Verde
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Aves marinhas reprodutoras e não reprodutoras de Cabo Verde
Principais ameaças
Quais as ameaças a que estão expostas as aves marinhas de Cabo Verde?
onde criam?
Que espécies nidificam em cada local?
Equipa Conservação
Quem somos e o que fazemos
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Gongon Petrel LiveCam
Onde estão?
Clica num círculo laranja para descobrir que espécies nidificam nesse local
Porque devemos protegê-las?
As aves marinhas são fascinantes não só pela sua beleza como pela sua biologia e diversidade. São aves de vida longa que dependem do ambiente marinho para sobreviver e muitas só vêm a terra para se reproduzir, podendo passar vários anos no mar sem pousar em terra. Em terra podem ser desajeitadas a caminhar, mas no mar são do mais belo que há. Algumas não voam, como os pinguins, mas são nadadoras excecionais, outras voam milhares de quilómetros quase sem esforço, aproveitando ao máximo as correntes de vento. O tamanho varia desde o albatroz-errante (Diomedea exulans) que é a ave com maior envergadura de asa do mundo (3.5 m) ou pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) que pode chegar a pesar 46 kg até ao painho-de-cauda-quadrada que pesa apenas entre 16-37 g. Em termos de estratégias de alimentação, algumas são mergulhadoras excecionais, outras capturam as presas à superfície e ainda há aquelas que, como a fragata, capturam as presas em voo. Algumas não migram, enquanto outras como a andorinha do ártico migra de um pólo ao outro do planeta.
As aves marinhas são predadores de topo das cadeias tróficas, sendo portanto cruciais para o equilíbrio destas e consequentemente dos ecossistemas marinhos, podendo ser utilizadas como indicadores do estado de conservação destes ecossistemas. Os níveis de contaminantes nos seus tecidos refletem os níveis que existem no mar e que afetam a toda a cadeira trófica incluindo a dos organismos marinhos dos quais nos alimentamos (Furness & Camphysen 1997, Ryan et al. 2009, Roscales et al. 2011). Se as aves estão contaminadas nós também estaremos ao consumirmos os mesmos peixes, cefalópodes e crustáceos. O sucesso reprodutor das aves marinhas também poderá reflectir o estado das populações das suas presas, sendo útil na gestão dos stocks de pesca (Furness & Greenwood 1993, Piatt et al. 2007, Einoder 2009). Para além disso, muitos pescadores utilizam as aves marinhas como indicadores de locais com abundância de peixe para pescar, tendo um papel importante para as comunidades piscatórias locais. No entanto, as aves marinhas também são vitais para os ecossistemas terrestres, principalmente de ilhas oceânicas remotas onde a entrada de nutrientes poderá ser escassa. O guano (fezes) que as aves marinhas depositam nas suas colónias, assim como outras matérias orgânicas como resto de ovos e alimentos que trazem do mar são importantes entradas de nutrientes nesses ecossistemas terrestres, tendo um efeito positivo e crucial no desenvolvimento de plantas, invertebrados e outros animais (Polis & Hurd 1995, Ellis 2005).
Infelizmente as aves marinhas são o grupo de aves com maior decréscimo nas suas populações devido às ameaças a que estão sujeitas tanto no mar como em terra. Estas ameaças também estão presentes em Cabo Verde, onde até há umas décadas atrás nidificavam 9 espécies de aves marinhas. Cabo Verde alberga 3 espécies e 2 sub-espécies endémicas de aves marinhas, ou seja, que não criam em mais nenhum lugar do mundo. Para além disso, várias espécies de aves marinhas podem ser avistadas ao largo de Cabo Verde para passar o período não reprodutor ou em passagem, dado que o arquipélago está situado está na rota migratória de outras espécies que nidificam noutros locais (alguns deles bastante longínquos). As aves marinhas de Cabo Verde são consideradas como um património natural, já com algum reconhecimento internacional e com grandes potencialidades turísticas que poderão ser exploradas de forma sustentável durante quase todo o ano, através, por exemplo, de saídas para observação destas espécies no mar.
É da nossa responsabilidade proteger as aves marinhas para garantir o equilíbrio dos ecossistemas e para que as nossas gerações futuras possam desfrutar destas aves maravilhosas. Vamos preservar este património natural de Cabo Verde.
Equipa conservação
Equipa de conservação das aves marinhas de Cabo Verde
Legislação sobre as aves marinhas
Não há uma legislação específica sobre as aves marinhas. No âmbito da conservação e proteção de espécies é utilizado o decreto-regulamentar nº 7/2002 de 30 de dezembro. Entretanto, este diploma encontra-se em fase de revisão e atualização e até o final de 2019 estará pronto para posterior aprovação pelo concelho de Ministros.
Gongon Petrel LiveCam
Informação de interesse
Ecoturismo
Informação sobre turismo responsável e sustentável para conhecer as aves marinhas.
Glossário
Definição de “muda”, “fenologia”, “espécie síncrona” e outros conceitos.
Links de interesse
Lista de links de outros sites com informação interessante sobre as aves marinhas.
Bibliografia
Referências de artigos científicos e outros documentos relevantes sobre as aves marinhas.