Aves marinhas da ordem Procellariiformes – um estilo de vida curioso – Parte 2: no mar

As aves marinhas da ordem Procellariiformes passam grande parte do seu tempo no mar principalmente nos primeiros anos de vida. Sabias que as Cagarras podem passar os primeiros 5 anos de vida no mar sem vir a terra? Pensa-se que as espécies de Procellariiformes que nidificam em Cabo Verde passem pelo menos os seus primeiros 2 a 5 anos de vida sem pousar em terra, nem sequer para descansar. Ainda se conhece pouco sobre onde estão estas aves durante este período, sendo que infelizmente muitos destes indivíduos jovens devido à sua inexperiência para alimentar-se e orientar-se acabam por falecer.

Assim, estas aves marinhas necessitam de estar bem-adaptadas ao meio marinho. Possuem membranas interdigitais nas patas que lhes permite nadar, são capazes de dormir pousadas na água e possuem umas narinas especiais, que lhes permitem beber diretamente a água do mar, excretando o excesso de sal pelas narinas e assim não dependerem da água doce. Para além disso, algumas espécies, como o Gongon e a Cagarra, estão adaptadas com uns tendões especiais nas asas que lhes permite planar mantendo as asas abertas com muito pouco esforço, podendo assim voar várias horas aproveitando as correntes de vento. É um prazer vê-las “dançar” ao sabor do vento. Para poderem alimentar-se as diferentes espécies de aves marinhas da ordem Procellariiformes têm um olfato muito apurado o que lhes permite detetar onde estão as suas presas (pequenos peixes, cefalópodes e crustáceos) a grandes distâncias. Algumas espécies, como o Pedreiro, não são planeadoras, mas são capazes de mergulhar a grandes profundidades (até uns 30 metros) para capturar as suas presas, enquanto que outras espécies são especialistas em alimentar-se de pequenas partículas à superfície como o Pedreirinho e o Pedreiro-azul.

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